Você investiu na escrita do seu livro, mas ele não teve pouca visibilidade? Este texto pode ajudar você a conquistar um espaço maior para sua obra.
Autor independente é quem edita seu livro, quem investe nele sem depender das editoras convencionais (às vezes esta literatura é chamada de marginal, por ser produzida à margem das publicações das grandes editoras).
Autores independentes famosos
Nos anos 70 e 80 os escritores, principalmente os poetas, faziam seus livros em mimeógrafos e vendiam mão a mão, em bares, saídas de cinemas, teatros, praças e faziam performances em lugares públicos para atraírem público para seus livros. Era uma maneira de ampliar leitores e de fazer contato com pessoas dentro e fora da área literária.
Muitos nomes conhecidos atualmente vieram deste agito cultural. Heloísa Buarque de Hollanda reuniu no livro, 26 Poetas. Apresentamos dois deles, e o terceiro é o exemplo vivo de como a literatura independente pode alavancar os escritores de hoje, através de diversos caminhos e de muita criatividade.
Torquato Neto

Torquato Neto, jornalista (criador da famosa coluna Geleia Geral), poeta, ativista cultural, letrista, com gravações musicadas por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jards Macalé, Luiz Melodia.
Ana Cristina Cesar

Ana Cristina Cesar, poetisa, crítica literária, mestrado em comunicação e em tradução literária. Seu primeiro livro de poesia, Cenas de Abril, data de 1979. Foi homenageada pela FLIP em 2016.

Flávio Machado, carioca, diz ter orgulho de ser um poeta independente, e que hoje faz parte de duas Academias de Letras. Com seus livros, conseguiu o reconhecimento público, chegou ao topo. Para ver e se inspirar na trajetória deste poeta, leia a entrevista que ele concedeu com exclusividade ao nosso blog Nuvem Laranja.
Os tempos mudaram e hoje, em geral, o autor independente procura uma editora (prestadora de serviços) para publicar seu livro de forma mais sofisticada, menos artesanal. Há mais liberdade de ação e mais motivação para provar o poder do autor independente. Como cantou Vandré, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”.
3 segredos para obter sucesso

1 – Escreva sempre quanto mais você escrever mais seu texto melhora, porém saiba para quem você está escrevendo, qual é o seu público-alvo. Porém na hora de fazer um livro, para que ele se sobressaia em meio à multidão, pergunte-se primeiro se ele agrega algum valor ao leitor e qual o diferencial da obra (algum ângulo pouco explorado, diferente, ou se ela apenas repete chavões e lugares comuns?).
2 – Registre seus originais para não ter dor de cabeça depois. Ou na Biblioteca Nacional (EDA – Escritório de Direitos Autorais), pelos Correios, ou na Câmara Brasileira do Livro. Na CBL é bem mais rápido, porque você pode fazer tudo via Internet e pega o certificado no site em dois ou três dias após o registro. Além do mais, você também pode requerer no mesmo local: ficha catalográfica, ISBN e código de barra.
EDA – https://www.bn.gov.br/servicos/direitos-autorais
CBL – http://cbl.org.br
Você pode achar que o registro em si não vai lhe dar sucesso. Sim, mas se você realmente aposta no seu trabalho criativo, não providenciar o registro quando você obtiver sucesso, pode lhe causar problemas. Evite dores de cabeça, protegendo carinhosamente seus direitos (no caso, autorais).
3 – MUDE SEU COMPORTAMENTO. Não se vitimize, não culpe apenas o sistema editorial pela falta de divulgação. Arregace as mangas e parta para a luta. Se você já tiver seu livro na mão e se realmente acreditar nele, esqueça quem não o valorizou: veja vídeos de copy, de Storytelling, de marketing digital, e se lance no mercado, pelas redes sociais, YouTube e todos os canais possíveis. Hoje o escritor não cria apenas, “escrever é a ponta do iceberg”, como dizia Torquato Neto. E com a Escrita Criativa aprendemos não apenas a ter mais repertório e mais caminhos para aperfeiçoar nosso texto, como também a enfrentar de frente todas as demais fases do processo editorial, deixando de lado a timidez e a zona de conforto.
Ouvi alguém falar: “Que adianta investir em um livro que ninguém vai ler?” O problema é que procura-se uma editora não convencional e pede-se que ela faça o mesmo que uma editora convencional faz. É no mínimo incoerência.
Atualmente não basta que o escritor apenas escreva, é preciso ter conhecimento em outras áreas para divulgar o seu livro e, antes mesmo dele circular, muito importante é a escolha de editoras sérias e com visível competência.
Editar, assim como escrever, é uma arte. Escolha uma que já tenha bons livros e autores interessantes; procure a editora escolhida no site Reclame Aqui, leia os comentários, investigue primeiro. E cuidado com os contratos, fuja da cessão de direitos, que é a renúncia dos seus direitos autorais sobre a sua obra. E não desanime se a editora que fez a você um monte de promessas, não as cumpriu. Abra caminho com suas próprias mãos: utilize seu WhatsApp, entre em grupos sérios no Facebook (veja aqui um vídeo sobre o assunto), interaja com escritores, tenha tato, respeito e procure a companhia de quem pensa como você e pode unir forças.
A criatividade conta muito em tempos atuais de pouco dinheiro. Fure o bloqueio com iniciativas que apareçam, que ponham em relevo sua literatura.
Pense: se antes era tudo muito mais difícil sem as tecnologias de agora, e conseguimos, por quê você não?
PODCAST SOBRE A BLOCOS – Uma editora alternativa diferente – Depoimento de Leila Míccolis

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Autores: Bárbara Vitoriano, Leila Miccolis e Maxwell dos Santos.

Este artigo foi escrito por um grupo de alunos, confira o nome dos autores na nota de rodapé.
Muito interessante ver a trajetória nesse artigo, Os poetas resistem, eu posso contar que caminho para 50 anos nessa batalha, e que é um exercício diário. Sobre Torquato e Ana C. Eles representam muito na literatura, assim com Leila Miccolis, se existe hoje uma grande poeta, essa é Leila Miccolis.