A Nuvem separou os 5 melhores exemplos de representatividade em desenhos animados infantis que encontramos
Tratar de gênero e sexualidade nos desenhos animados parece ser um tabu que está sendo rompido (para não dizer quebrado). Tudo bem, desenhos animados para adultos já tratavam de representatividade LGBTQIA+nas animações, mas dá para chamar o Mr. Garrison de South Park, ou o Smithers d’Os Simpsons as melhores representações do vale?
Por sorte, parece que os tempos estão mudando, parece que agora teremos desenhos animados mais coloridas (entendeu? Colorida? Sacou?). Da Netflix até a Disney, personagens LGBTQIA+ estão aparecendo em animações para adultos e crianças… e sendo rapidamente canceladas após isso. O mundo está mudando, mas não mudou tanto assim.
Confira a nossa lista (antes que ela seja cancelada):
Steven Universe:
O primeiro casamento lésbico do Cartoon Network
Steven Universe é uma série que veio para quebrar todos os padrões de gênero e sexualidade. Com um elenco majoritariamente feminino (ou que performa feminilidade), essa animação tem o primeiro casamento lésbico da TV dos EUA, ou quase isso.
Bom, vamos tratar do elefante na sala, tá vendo essas personagens coloridas aí na imagem? Elas são Gems (Gemas/Pedras preciosas), alienígenas não binários cujo corpo original é a pedra que fica em alguma parte do corpo delas. Ah! Eu falei que o corpo delas (esse coloridinho aí) é uma projeção? Por essa e por outras que elas são consideradas como não binárias, afinal gênero não é uma questão na espécie delas.
Mas, estamos falando de um desenho e de uma espécie alien fictícia, uma espécie onde todos os membros performam feminilidade e mais: elas usam pronomes femininos (She/Her, Ela/Dela). Então, nada mais justo do que considerá-las como do gênero feminino, não é mesmo?
Duas dessas Gems, Rubi e Safira, se casam em um dos episódios mais lindos da série. Essas duas personagens expressam seu amor fundindo (igual Dragonball Z) e formando Garnet
Mesmo o casal hétero do elenco principal é LGBTQIA+ (isso mesmo, I), as duas crianças da imagem acima, o homonimo Steven Universe, um garoto meio-humano, meio-gem, e sua namorada, Connie, uma menina humana, consegue se fundir, formando Stevonnie (minha personagem favorita), que é canonicamente interssexual.
Além desses casos temos uma personagem humana que é não binária, esta personagem é Shep e provavelmente é uma homenagem a Rebecca Sugar, que é não binarie e é uma das pessoas que compõem as músicas maravilhosas de Steven Universe e outras animações.
The Owl House:
A primeira protagonista bissexual da Disney
Como diria Stefon, essa animação tem de tudo, protagonista bissexual, interesse amoroso lésbico, casal gay com filha e personagem não binária.
Assim como nos animes isekai, a humana, Luz Noceda, fugindo das dores de ser uma pária na escola e ter que ir para um acampamento que ensina crianças a “pensar dentro da caixa”, encontra uma porta mágica e viaja para outra dimensão.
Nesse novo mundo, com monstros comedores de gente, chuvas ácidas e demônios, Luz consegue crescer e se encaixar melhor do que no ordinário mundo humano. Lá a nossa protagonista conhece a sua rival (e futura namorada) Amity Blight.
O que torna Owl House um excelente exemplo de representatividade LGBTQIA+, é a maneira como as relações, sentimentos e gêneros são expressos e não dependem de subtexto. Amity não é namorada da Luz apenas na cabeça dos fãs, isso é dito no texto, elas se chamam de namoradas.
E não é só de relacionamentos lésbicos que vive Owl House, os primeiros crushes da protagonista foram os irmãos gêmeos mais velhos de Amity (uma menina e um menino), deixando clara a bissexualidade da protagonista, orientação que ela compartilha com a criadora da série.
Além do casal principal, temos os pais da melhor amiga de Luz, Willow, uma casal gay que cria a menina com muito amor. Raine, o interesse amoroso de Eda, mentora de Luz, é uma pessoa não binária que teve um papel central nos últimos episódios.
Tá na cara que a Casa da Coruja é um ótimo exemplo de representatividade LGBTQIA+em uma animação, e ela foi reconhecida por isso. A animação ganhou um prêmio GLAAD, um dos principais prêmios de representatividade queer nas animações e na mídia em geral, assim como a última encarnação da She-Ra e Steven Universe,.
She-ra e as Princesas do Poder:
LGBTQIA+ até que se prove o contrário
A história se baseia em Adora, uma menina treinada por uma organização sombria que a ensinou que as princesas eram monstros horríveis. Após encontrar uma espada mágica e um destino heroico a cumprir, ela acaba fazendo amizade com o arqueiro Bow, a princesa Glimmer e percebe que toda sua visão de mundo era deturpada. Entrando em combate contra a sua antiga organização a partir desse momento.
Aprendendo a se adaptar a sua nova vida e poderes, Adora passa a ser inimiga de sua melhor amiga de infância. Catra, sempre nutriu um sentimento de amor, inveja e ódio misturados à personagem principal.
A série, um dos grandes exemplos de representatividade nas animações, retrata com naturalidade o público LGBTQIA+ com representações como os pais de Bow que são historiadores que estudam sobre a antiga civilização dos criadores da tecnologia que She-Ra usa.
Catra e Adora percorrem por todos os estágios de um relacionamento tóxico para algo saudável ao longo da série, desenvolvendo da amizade para o romance. Em nenhum momento os relacionamentos LGBTQIA+ são tratados como algo fora do normal, tudo é natural da realidade e passa a mensagem certa em relação a como o mundo deveria funcionar.
Noelle Stevenson, a criadora de “She-Ra e as princesas do poder”, se identifica como pessoa não binária e atende por qualquer tipo de pronome de gênero. Sua filosofia como criadora é todos as personagens são LGBTQIA+ até que se prove o contrário,
Em She-Ra, o objetivo da autora era criar um novo design de história, mais moderno e que fosse inspiração para as meninas jovens do mundo atual. Nessa animação é claro o trabalho para criar um ambiente divertido e inclusivo para todos os públicos.
Kipo e os Animonstros
A juventude gay bem representada
A animação Kipo é um dos melhores exemplos de diversidade, seus companheiros são a diferença, a começar pela guerreira Loba, a porquinha com quatro olhos, Dave e finalmente Benson. Este é um menino gay, inserido neste universo de aventuras e dignamente representado.
Kipo é marcada pela diversidade, seus companheiros são a diferença, a começar pela guerreira Loba, a porquinha com quatro olhos, Dave e finalmente Benson. Este é um menino gay, inserido neste universo de aventuras e dignamente representado.
Benson é um garoto negro, marcador social importante para o audiovisual, afinal, muitas personagens gays são representados tipicamente como homens brancos. Neste caso não, o nosso pequeno aventureiro é negro e gay.
Benson traz em si a representatividade de uma comunidade costumeiramente esquecida, isso torna a animação um destaque merecido. Afinal, a questão de sua homoafetividade é revelada sem dramas e com muita sensibilidade, sem a necessidade de instaurar-se um conflito no grupo.
Para existir no mundo dos animonstros, nada mais potente do que as marcas da diferença que constituem cada sujeito e dá vida a cada episódio desta aventura. Pode não ser o caso com uma maior quantidades de siglas, mas é um ótimo caso de representatividade LGBTQIA+ nas animações.
Hora de Aventura
Quando a mocinha não fica com o mocinho
A Hora de Aventura, criado por Pendleton Ward, conta a história de Finn e seu melhor amigo, o mágico cachorro Jake, vivendo aventuras mirabolantes na terra de Ooo.
Com algumas personagens fixas, como a Princesa Jujuba, O Rei de Gelo e Marceline, o desenho animado quebra as barreiras de gênero apresentando personagens que fogem do padrão heteronormativo. Como mulheres marcadas pela força, homens marcados pela sensibilidade e personagem que questionam até essa visão binária de gênero.
Em suas aventuras de Finn e Jake, os dois amigos percorrem o mundo questionando atitudes e escolhas e ajudando – às vezes até atrapalhando – aqueles em necessidade.
Ao longo dos episódios Marceline, a rainha vampira de mil anos de idade e que manda bem na voz e na guitarra, vai ganhando mais espaço. De enemies to lovers, Marceline e a Princesa Jujuba, a chefe de estado do Reino Doce, iniciam um relacionamento sutil, deixando pequenas pistas em suas atitudes e diálogos de que há algo entre elas.
A animação é exemplar na forma que trata a representatividade LGBTQIA+ nas animações, explorando o romance das duas dando-lhes cada vez mais espaço na trama. Na última temporada, o relacionamento das duas se torna central para a narrativa. Com as sutilezas de lado, Marceline e a Princesa Jujuba formam um dos mais fofos e bem bolados ships em animação infantis, e é claro, com um final feliz.
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