Não sei se acontece com todas as mães e pais de pet, mas de repente percebi que Estrela estava idosa, como se do nada, sem perceber, mesmo depois de 13 anos, uma chave tivesse girado em minha mente e “opa! Senhorinha!”.
Os pelos esbranquiçados, a energia ainda é de dar inveja a qualquer doguinho novinho, mas confesso que os passeios estão mais curtos, as sonecas mais longas, as carências de cafuné mais frequentes, e o apreço pelo silêncio, cada vez maior.
Será que quando estiver no céu dos cachorros você vai sempre se lembrar do que vivemos? Como da vez que você pegou as meias de seu avô e tivemos que negociar a troca por petiscos, ou quando viajamos de férias e você entrou no aeroporto, latindo loucamente, fazendo todo o escândalo possível, chamando a atenção de quem passava. Como esquecer o dia que você tirou o meu ex chato do nosso quarto, esse foi realmente épico!
Senhorinha, por mais que eu saiba que a cada amanhecer nosso tempo juntas diminui, não estou pronta para me despedir. Espero ter ainda muitas aventuras com você pra contar a todos; dizer que, em meio a esses longos anos, crescemos e estamos envelhecendo na companhia uma da outra… e você me amou da forma mais linda e genuína possível.